Chamem a polícia

O meu ângulo

“Dar moeda não é solução” informa o cartaz, da Câmara Municipal de Leiria, colocado num parque de estacionamento isento de pagamentos. Claro que a Câmara tem soluções para quem pede moedas em troca da “ajuda” no estacionamento. Não tem? Ora essa, então, no mínimo, é falta de solidariedade com quem necessita de uns trocos para sobreviver. 

“Não é nada disso”, dir-me-ia a Câmara se eu lhe perguntasse e acrescentaria: “Aquela moeda que não é solução se dada a quem arruma carros, é de uma grande mais-valia se ficar no bolso do dono do automóvel”.

O cidadão deve pensar muito bem sempre que um arrumador lhe estender a mão. Não se esqueça que a Câmara o aconselha chamar a polícia.

Imagem: Jacinta Romão

Cair nas armadilhas e dar votos à extrema direita

Hoje apetece-me chamar tolos aos que correm atrás daquela caravana. Pensado que o afrontam estão a levá-lo ao colo. Ah se Sísifo tivesse tido ajudas assim, a pedra teria chegado ao topo. 

Ainda não perceberam que criam as condições para que as televisões multipliquem o tempo que já lhe atribuem. Se fossem mais sagazes já o tinham deixado nas praças vazias. Ainda assim, apesar dos favores já feitos, estão a tempo de esquecerem que ele existe. Se, por acaso, não é mesmo uma conveniente campanha que está em marcha.

Se efetivamente o contestam, estejam atentos aos alinhamentos dos noticiários televisivos e às sondagens que vão sendo publicadas. Sabemos que o que conta é o voto na urna no dia das eleições, mas também sabemos que os votantes podem ser influenciáveis.

Se são incautos, a servir de lebres, os meus pêsames.

BE duplamente ultrapassado

O MEU ÂNGULO

 

Vota contra, abstém-se, vota a favor. Nestas coisas do Orçamento de Estado (OE) para 2020, o Bloco de Esquerda (BE) deixou-se ultrapassar duas vezes pela esquerda.

Legal, como devem ser efetuadas as ultrapassagens, pela esquerda. Por vezes, o transitar pela direita a muito baixa velocidade pode ser contraproducente. De um momento para o outro pode cansar-se e criar um perigo para si próprio.

Aconteceu assim esta coisa ao BE, em sede de pré-negociação, quando julgava que os seus votos seriam essenciais para o OE ser aprovado na Assembleia da República (AR), contando que o Partido Comunista Português (PCP) votaria contra, porque a abstenção não está no ADN do PCP, os comunistas anunciaram a abstenção. A primeira ultrapassagem ao BE estava consumada.

Entretanto o partido Pessoas Animais e Natureza também anunciou a abstenção, mas os votos ainda não chegavam.

Aconteceram, então, mais reuniões BE/Governo. O Bloco continuava sobre pressão. Não podia deixar a aprovação do OE a cargo do Partido Social Democrata da Madeira. Então conseguiu mais alguns pontos e lá anunciou, hoje, à última hora, a abstenção. Logo a seguir, o Partido Ecologista, os Verdes, declarou que também se abstinha, quando o BE imaginava que ia votar contra. Estava consumada a segunda ultrapassagem.

 

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