Desobrigado, isentado de obrigações, desonerado, mas que, mesmo assim, se obriga a ser sério e, por vezes pode sentir não estar desobrigado e, por isso, pode ir partilhando o que for de partilhar, sobre vivências, observações, leituras e outras informações. Embora possa considerar útil qualquer informação aqui publicada, lembre-se sempre que esta não substitui a consulta aos serviços competentes, conforme a matéria em causa.
Já era tarde quando as três senhoras se lembraram que não tinham almoçado e uma delas precisava mesmo de comidinha. Estava visto que não podiam adiar muito mais. As compras tinham mesmo de aguardar. Então elas entreolharam-se à espera de sugestões. Foi então que uma, um pouco a medo, sugeriu que tomassem uma refeição ligeira na Ginjinha, no Rossio. A sugestão foi aceite.
Não estavam longe, rapidamente chegaram. Sentaram-se e fizeram os pedidos. Bifanas, batatas fritas e arroz de legumes. Apressaram-se a almoçaram pois começava a fazer vento e estava muito frio. Vinha, então, mesmo a calhar, para fechar a refeição, uma ginja para cada uma. Fizeram sinal à empregada que lhes deu a má notícia, dizendo: “Ginja? Não temos”. As senhoras nem queriam acreditar. Uma delas ainda disse, “mas como é possível? Não há ginja?”.
Não houve qualquer reação. Esta nem reparou que estava a falar sozinha.
O Partido Social Democrata agendou um debate de urgência no Parlamento, para questionar o Governo sobre a mais recente crise. A urgência era tanta que as bancadas do Governo e do Partido Socialista (PS) falaram, falaram e rapidamente esgotaram o tempo de que dispunham.
Não sei se o fizeram propositadamente, porque queriam ir à tomada de posse dos novos membros do Governo e precisavam de despachar aquilo rapidamente ou se foi mesmo incompetência.
Quem assistiu talvez concorde comigo, aquilo não foi um debate, foi um simulacro. Os deputados da oposição, a maior parte do tempo de que dispunham, levantaram questões e não obtiveram respostas. O Governo e o PS já não tinham tempo.
Não houve qualquer reação por parte da oposição, esta nem reparou que estava a falar sozinha.
Nos debates na Assembleia da República tenho esperado que António Costa, do alto da sua maioria absoluta, fale à oposição assim: “isto aqui é como nas provas europeias de futebol, onde todos jogam, mas no fim ganha o PS, perdão, ganha a Alemanha”.
Vou direta ao debate do Orçamento Geral do Estado, para o ano de 2023, na Assembleia da República, que, mais uma vez, me causou um certo mal-estar e nem consigo discernir o seu fundamento. A verdade é que não gosto dos ataques da oposição ao PS, principalmente a António Costa. Não sei porque sofro com as suas dores, pois ainda falta uma vez para a primeira para eu votar no seu partido, mas com os tempos que correm, com as posições políticas da minha área de interesse, quem sabe o que pode vir a acontecer, embora seja difícil, se não impossível, atraiçoar-me a mim mesma. Hoje o que é certo é que não aprecio mesmo nada as intervenções da direita e da extrema direita. Se pensar bem, se apelar às minhas memórias mais ou menos recentes, encontro os motivos do meu desagrado.
Não foi assim há tanto tempo, aconteceu nos anos de 2011 a 2015, governavam, então, o PSD e o CDS, houve a crise económica mundial, é verdade, vieram instituições estrangeiras mandar no país e no governo de Portugal, mas todos juntos e de acordo atiraram a crise toda para cima das pessoas.
Agora começo a perceber porque me incomodam tanto as dores do PS. Comparo a situação atual de Portugal com a que o país viveu naqueles anos não muito distantes e não gosto do que vejo lá atrás. Encontro muitas diferenças. Como é o caso da conversa à volta das pensões. A oposição fala de cortes, mas não se pode considerar assim. Honestamente não se lhe pode chamar cortes, pois uma coisa é não dar tudo aquilo que está previsto, não cumprindo a legislação em vigor, é certo, mas a situação impensável é cortar nos valores que estão a ser pagos, isso sim chama-se cortar. Foi isso que fez o governo PSD/CDS.
É certo que os pensionistas e os reformados, em 2023, não vão usufruir do aumento como está previsto na Lei, que devia ser igual ao valor da inflação verificado este ano. Estas pessoas já tiveram um complemento por conta do que deveriam começar a receber em 2023 se lhes atribuíssem o aumento previsto na legislação em vigor. Embora este montante não conte para aumentar o valor das pensões, mesmo assim, houve gente feliz e eu sou testemunha. No ano de 2023 o aumento será da ordem dos 4%. Então o valor da pensão passará a ser o atual acrescido da percentagem do aumento. Reitero que o Governo não vai cortar no valor das pensões isso foi o que fizeram o PSD e o CDS. O Governo não vai aumentar o que devia.
Naquele tempo, cortaram no valor das pensões e no valor das reformas, cortaram subsídios de Natal, não pagaram sequer subsídios de férias, cortaram no valor das prestações sociais, cortaram no valor dos salários. Cortaram e cortaram. Não fizeram nada a favor das famílias que perderam as suas casas para os bancos. Não fizeram nada a favor de quem deixou de poder pagar as rendas de casa. Em suma, não fizeram nada que ajudasse a tirar a carga das costas das pessoas. Para cúmulo, aconselharam os desempregados a emigrar e ainda declararam que Portugal tinha de empobrecer.
Foi então que os mais velhos, os reformados e os pensionistas, que mesmo sofrendo cortes a torto e a direito nos seus rendimentos, chamaram os filhos e os netos de regresso a casa, se assim não tivesse sido o sofrimento teria sido ainda maior. Já agora confirma-se. É por isto que sofro com as dores dos PS.
Quero ainda aqui dizer que aos pensionistas e aos reformados valeu-lhes, naqueles anos maus, o Tribunal Constitucional, que repôs alguma justiça declarando inconstitucionais muitos dos cortes efetuados pelo governo PSD/CDS nas pensões, nas reformas e nos subsídios de férias e de Natal.
Imagem: Desobrigado.com (fotografia captada da TV)
A oposição, em Portugal, é uma tola. Enquanto ela critica as medidas do Governo as pessoas beneficiadas sorriem e dizem de si para si: “sim, diz que já disseste”, dirigindo-se a ela, oposição. Eu sou uma das pessoas sorridentes.
Agrada-me o principio da atribuição de algum dinheiro a quem precisa, mesmo que sejam só 125 € aos adultos e 50 às crianças, sem passar a ideia de que estão a fazer caridadezinha.
“Reunião Plenária – Debate com o Primeiro Ministro sobre política geral 29 de Setembro de 2022, Sala das Sessões – Palácio de São Bento” (in Parlamento.PT).
Acabo de ler um artigo da National Geographic sobre esta praia situada no Algarve, que desconhecia, a sul da praia do Amado. Parece-me uma maravilha. Fui vê-la melhor no sitevisitalgarve.pt e também quero que outras pessoas que, como eu, a desconheçam fiquem curiosas.
Diz-se que é uma praia deserta. A estrada requere viaturas que aguentem rodar em terra batida. Chegados lá, os acessos à praia são fáceis.
Tem uma denominação interessante. Não sei porque a designaram assim. Eu tentei saber de onde vem este nome, murração, e socorri-me do Dicionário Prático Ilustrado, Lello ( edição de 1976) que diz que murra é um mineral de que se faziam vasos preciosos e, ainda, que murra é uma mancha que se produz na pele quando esta se aproxima muito do fogo. Então eu arrisco dizer que o nome da praia foi dada pelas pessoas que para lá iam escaldar.
Alcobaça é um município de Portugal, no distrito de Leiria. Situa-se entre os rios Alcoa e Baça, no centro do País. A aglutinação dos nomes dos rios compôs-lhe a designação.
Se são maçãs desculpem-me, mas pelo que vejo não me convencem, para mim são peros. Há algum tempo publiquei em texto onde defendo esta minha “tese”: há maçãs e há peros, quando o fruto é arredondado e achatado, como a maçã raineta, então são maçãs; todos os outros frutos, que também são arredondados, mas são alongados, são peros. Se vos apetecer podem ver aqui esta minha defesa mais completa (peros e maçãs).
Sejam maçãs ou sejam peros é uma linda fruta e os seus proprietários estão a desenvolver um grande trabalho no seu cultivo e na poupança da água para a sua rega. Acabo de ler na LUSA que o presidente da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça lhe disse: “Somos a região da Europa, claramente, que usa menos água para fazer um quilo de maçã e que usa menos água para fazer uma maçã”.
Imagem: Câmara Municipal de Alcobaça
Alcobaça é um município de Portugal, no distrito de Leiria. Situa-se entre os rios Alcoa e Baça, no centro do País (veja o mapa abaixo inserido). A aglutinação dos dois nomes dos rios compôs-lhe a designação.
Encontrei-as na LUSA (Agência de Noticias de Portugal).
Os alunos do ensino superior público, no próximo ano, vão ter reforço dos apoios sociais.
Incêndio de Vale da Serra foi declarado extinto à 1:45.
Paulo Macedo (CGD) diz que é normal que os depósitos venham a ser remunerados.
A Rede Portuguesa de Arte Contemporânea vai contribuir de forma decisiva para a alteração da paisagem da arte contemporânea portuguesa (disse o diretor-geral das Artes). Será uma boa noticia?
Na próxima terça feira vai ser inaugurada, na Torre do Tombo, em Lisboa, uma mostra documental e bibliográfica de José Saramago, o Nobel da literatura português.
O Papa Francisco considerou que o internato de crianças índias no Canadá foi “um genocídio”. Uma boa noticia sobre acontecimentos medonhos.
As histórias que o Diário de Notícias (DN) tem contado ao longo de mais de 150 anos vão ser preservadas graças aos homens e às mulheres que não admitem que as suas memórias se esfumem.
Eles fizeram um apelo público para a classificação urgente do arquivo e o processo foi iniciado em maio de 2020. Ontem o Conselho de Ministros determinou que o arquivo do DN seja classificado de “bem arquivístico de interesse nacional”.
Com as devidas aspas transcrevo um extrato da notícia da agência Lusa que nos indica o que está abrangido pela classificação dada aos arquivos pelo Governo: “… a classificação abrange “bens arquivísticos e fotográficos custodiados, atualmente, pela empresa Global Média Group”, designadamente o arquivo administrativo e o “o arquivo da redação”, como “dossiers temáticos, recortes de imprensa, recortes de censura, desenhos originais de inúmeras individualidades … o património de natureza fotográfica”, incluindo “negativos de gelatina e sal de prata em vidro e em película, chapas de vidro históricas, provas em papel”.
Quero continuar a ver as histórias da tua histórias DN.
A gente do PS é exímia em atirar cascas de bananas para depois escorrer. Não sei porque os outros partidos se preocupam tanto em guerrear com quem tem maioria absoluta porque os portugueses assim quiseram. Pensam que os derrubam na Assembleia da República? Julgam que o Presidente dissolve o Parlamento? Acreditam que conseguem aprovar moções de censura? São todos os ingénuos impacientes. Talvez seja mais eficaz dar tempo ao tempo, que um dia destes as escorregadelas talvez provoquem doença grave.
Desta vez talvez nem tenha sido o caso. Talvez nem tenha havido cascas de banana no caminho. Ou, melhor dizendo, talvez as cascas tenham lá estado, mas alguém tenha apontado o dedo dizendo: “Cuidado que elas estão aí. Isto tem de ser assim para parecer que vais escorregar”.
Eu sei que não houve quem interpretasse assim e também sei que não consigo apresentar um fundamento forte. Mas pensem um pouco comigo. A decisão apresentada pelo ministro não podia deixar de ter o acordo de António Costa. Mas nos projetos das obras no Montijo parece já haver concurso ganho e a empresa estava a ser preterida em favor de um instituto português. Este e muitos mais interesses devem estar em jogo. O Primeiro-Ministro estava na cimeira da NATO. Claro que as pressões devem ter sido muitas. O Presidente também deve ter dado uma ajuda substancial para o ministro carregar a montanha das culpas. Claro que todos eles sabem que as coisas tinham de se passar assim, mas coitado do Pedro Nuno que tem de carregar com o fardo da incompetência.
Mas, um dia destes, muito antes de ser tempo de algum deles escrever as memórias, haverá quem conte como se passou esta história. E eu quero saber.