BE duplamente ultrapassado

O MEU ÂNGULO

 

Vota contra, abstém-se, vota a favor. Nestas coisas do Orçamento de Estado (OE) para 2020, o Bloco de Esquerda (BE) deixou-se ultrapassar duas vezes pela esquerda.

Legal, como devem ser efetuadas as ultrapassagens, pela esquerda. Por vezes, o transitar pela direita a muito baixa velocidade pode ser contraproducente. De um momento para o outro pode cansar-se e criar um perigo para si próprio.

Aconteceu assim esta coisa ao BE, em sede de pré-negociação, quando julgava que os seus votos seriam essenciais para o OE ser aprovado na Assembleia da República (AR), contando que o Partido Comunista Português (PCP) votaria contra, porque a abstenção não está no ADN do PCP, os comunistas anunciaram a abstenção. A primeira ultrapassagem ao BE estava consumada.

Entretanto o partido Pessoas Animais e Natureza também anunciou a abstenção, mas os votos ainda não chegavam.

Aconteceram, então, mais reuniões BE/Governo. O Bloco continuava sobre pressão. Não podia deixar a aprovação do OE a cargo do Partido Social Democrata da Madeira. Então conseguiu mais alguns pontos e lá anunciou, hoje, à última hora, a abstenção. Logo a seguir, o Partido Ecologista, os Verdes, declarou que também se abstinha, quando o BE imaginava que ia votar contra. Estava consumada a segunda ultrapassagem.

 

Glifosato pode continuar a matar as ervinhas dos passeios da minha cidade e as pessoas que fujam

INCAUTOS EM PORTUGAL

 

Se as ervinhas das frestas das pedras dos passeios das ruas da minha cidade julgavam que os deputados da República Portuguesa, eleitos no passado mês de outubro, iam votar a seu favor de modo a que só os sapatos de quem passa lhes quebrassem o ímpeto do crescimento, estavam enganadas as ervinhas.

Nas ruas da minha cidade, nos passeios, entre pedras e pedrinhas, nascem umas tristes ervas que não têm espaço para crescer e, se alguma se atreve a alastrar um pouco mais, os sapatos dos citadinos encarregam-se de lhes cortar as guias. Mesmo assim, todos os anos lá aparecem uns homens de máquinas às costas que as pulverizam e lhes tiram as fracas vidas sem dó nem piedade.

Se as ervinhas das frestas das pedras dos passeios das ruas da minha cidade julgavam que os deputados da República Portuguesa, eleitos no passado mês de outubro, iam votar a seu favor de modo a que só os sapatos de quem passa lhes quebrassem o ímpeto do crescimento, estavam enganadas as ervinhas.

Hoje, na Assembleia da República de Portugal, os deputados eleitos pelo PS, PSD, PCP e CDS, levantaram-se a favor do herbicida glifosato.

Há quem diga que pode ser cancerígeno, então as pessoas que fujam.

As ervinhas nos passeios
Imagem: Desobrigado

 

 

O PAN não conseguiu: continua o tiro ao voo

COISAS TRISTES

 

Eu tinha uma boa noticia para publicar. A Lei de Orçamento de Estado para 2019 proibia o tiro ao voo. Assim tinha sido acordado entre o Partido Socialista (PS) e o partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN). Os jornais (Público e JN) titularam: “Acaba o tiro ao pombo”. Mas quis confirmar a informação na Lei do Orçamento de Estado.

Saibam que não encontrei qualquer referência à proibição de tiro ao voo. Vi a Lei e revi. Nem queria acreditar que não estava contemplada a proibição. Resolvi fazer a pergunta a quem de direito, ao PAN, que ontem me respondeu conforme o e-mail que transcrevo: “O PAN tinha conseguido junto do Governo integrar na Proposta de Lei do OE2019 (Artigo 262.º PPL – Tiro ao voo) o fim da atividade desportiva “tiro ao voo”. O Governo entendeu que era tempo de pôr fim a mais uma atividade baseada no sofrimento animal, mas infelizmente o PCP, o PSD e o CDS uniram-se para impedir que tal acontecesse”.

Lamento que os pombos continuem a ser criados em cativeiro para, depois, serem colocados em voo e autenticamente fuzilados. Que estúpido recreio.

Então e senhores jornalistas, também se ficaram pela rama? As vossas noticias sobre a proibição de tiro ao voo são, no mínimo, meias facke news.

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