Desculpem-me todos os outros, mas o meu jogador da seleção de Portugal é o Pepe.
É um defesa central, de posição. O lugar dos jogadores com mais responsabilidades na defesa da baliza. A sua posição em campo é como a patente diz: é central do centro. Tem o que se espera: força, rapidez, inteligência.
Transmite segurança e derrama no espirito da equipa uma vontade de vencer. Coisas que não se ensinam, mas que se aprendem. Ele integra esse espirito. Deve ser por isso que se ouvem muitas vozes, acabado o jogo, ou ainda no seu decurso, a dizer, em relação à sua prestação, “esteve imperial no jogo aéreo, inultrapassável no um para um. O esteio da defesa”.
E quando à sua magistral prestação se pode somar um golo, coisa rara, mas não extinta no defesa central, a referência à sua prestação no jogo só pode ser superlativa.
Mesmo quando ele faz faltas e essas faltas são referidas como grosseiras, mesmo quando ele vê cartões amarelos que muitas vezes se transformam em vermelhos e ele falha o próximo jogo e fica a fazer falta, ele, depois, volta e é novamente imperial.
Eu gosto de o ver jogar, gosto da sua mestria na defesa, gosto da sua habilidade e gosto de o ver gostar de Portugal.
Gosto de o ver nas conferências de imprensa da seleção, tem de ser verdade, ele gosta mesmo de Portugal. Vejam o sorriso que ele põe na cara quando diz Portugal, quando ele diz que quer ganhar para alegrar os portugueses (ouviu-o nos tempos maus da crise). Não é coisa que brasileiro diz (ele é português). Ele gosta de Portugal.
O Pepe é o meu jogador na seleção de Portugal. É defesa central. Joga no centro da defesa, no bastião que se quer intransponível.

Foto: Federação Portuguesa de Futebol.
Texto: Desobrigado com Rui Penedo.