Patinhos ao engodo?

No noticiário de domingo, entre ao 21 horas e às 21,30, na RTP3, houve aquilo a que eu designo de tempo de antena de cinco minutos oferecido a um partido político.

A propósito de mais uma invenção do Chega a RTP3 pediu um comentário ao diretor do jornal Público. Não recordo nada do que foi dito pelo jornalista. Só estive a ver o que, possivelmente, queriam que eu visse.

Há uns senhores que inventam assuntos mais ou menos quentes e as televisões lá vão ver se não perdem a caixa. Possivelmente nem foi esse o caso, talvez eu até esteja enganada neste ponto.

Já agora sempre vos digo qual é a história dos “meninos”. Como se sabe, o presidente do Partido Social Democrata (PSD) acaba de ser eleito. Ainda vai haver um congresso e, depois, o novo dirigente tomará posse. Mas, os inventores de factos já o desafiam para um encontro das direitas e das extremas direitas e a RTP3 já foi ouvir um comentador. Pasme-se que a tal conferência terá lugar lá para o mês de julho.

Creio que não perceberam o que me deixou perplexa naquela peça “informativa” da RTP3, têm razão para isso, porque não expliquei claramente, então vejam: enquanto o comentador fazia a sua interpretação sobre a proposta feita ao PSD, que já descrevi, o ecrã da tv estava dividido em duas partes. Do lado direito do ecrã estava o comentador (vá lá, deram-lhe o lado onde a nossa atenção mais tempo se concentra) e, na outra metade, passaram imagens de toda a gente do Chega durante o tempo em que decorreu a conversa. Foram mais de cinco minutos, onde o jornalista aparecia naquela parte do ecrã para fazer uma ou duas perguntazinhas ao comentador e rapidamente voltavam as imagens do Chega. Francamente, RTP.

https://www.rtp.pt/play/p9723/e620279/360-o- (se vos apetecer conferir, cliquem aqui, podem ir diretos aos 17 minutos do programa 360, de 29 de Maio de 2022).

Faltou gente no debate. Não?

EM PORTUGAL

A RTP debateu ontem o futuro da Europa. Ora vejam quem compôs o painel e digam-me se a pluralidade política não encolheu.

Hoje ouvi a RTP dizer que foram pessoas que detiveram altos cargos na União Europeia. Não sei se estava a responder a algumas críticas.

A mim pareceu-me que o critério foi estabelecido e “serviu como uma luva” ao PSD e ao PS. O critério podia ter sido um pouco mais amplo. Ah sim já me esquecia que também pode ter sido por motivos de saúde pública, que tem hoje as “costas largas”.





Quando informação é confusão

Em tempos de Covid-19, as televisões devem ser ainda mais cuidadosas com as imagens com que ilustram as peças noticiosas. Se desadequadas podem falsear a notícia.

Aconteceu há dias, e não foi a primeira vez, estava a ver um noticiário quando passaram uma peça sobre a Comissão Europeia. O jornalista ia lendo a informação e passavam imagens de um encontro informal da presidente da Comissão com alguns políticos de diversos países da União. Estavam todos muito próximos e não havia quem usasse máscaras. Uma pessoa que estava sentada ao meu lado disse isto: “Assim é que eles dão o exemplo às outras pessoas? Olha como eles falam nas caras uns dos outros. Onde estão as máscaras e a distância de segurança?” Eu expliquei que eram imagens antigas, de quando ainda não havia esta doença e que a televisão as tinha ido buscar ao arquivo só para ilustrar a peça. Não devo ter sido muito convincente na explicação, porque o meu interlocutor olhou-me fixamente como que dizendo: não acredito. Saibam que não foi a primeira pessoa que me fez uma observação assim. 

Ora a televisão, neste caso era a RTP, podia colocar uma legenda indicando que eram imagens de arquivo. Já vi assim na SIC. Os bons exemplos devem ser seguidos para, pelo menos, não baralhar os cidadãos e no futuro não levar em erro os estudiosos do comportamento das pessoas em tempos desta pandemia.

Imagem: DGS

Herói até a defender os carcereiros

Ensinamentos

 

Por vezes recordamos os heróis. Hoje lembrei-me de Nelson Mandela (1918-2013) e de uma história que ouvi no programa Olhar o Mundo (RTP3).

Como todos sabemos, Nelson Mandela, antes de se tornar presidente da África do Sul (1994 a 1999) lutou contra o apartheid, por isso, foi julgado e mantido preso durante 27 anos, quando já era um advogado bem-sucedido.

A prisão situava-se numa ilha. Os guardas prisionais chegavam e partiam de barco. As carreiras eram poucas, por vezes, ou porque o mar não estava de feição ou porque os motores tinham avarias, chegavam atrasados.

Quando aconteciam os contratempos, sem que os homens tivessem qualquer culpa, os superiores hierárquicos levantavam-lhes processos disciplinares e eles enfrentavam sérios problemas. Então, Nelson Mandela, constituía-se seu advogado. Defendia os carcereiros.

Nelson Mandela, foi libertado em 1990. Em 1993 foi Prémio Nobel da Paz (com Frederich De Klerk). Em 1994 foi eleito presidente da República da África do Sul.

Site no WordPress.com.

EM CIMA ↑