Não há crianças nas ruas

Apesar dos medos, deviam, ao menos, poder correr um pouco pelos jardins.

Há alguns dias que sinto falta das crianças nas ruas. Onde estão elas? Estão em casa a assistir às aulas à distância? E as mais pequeninas? Essas também assistem às atividades letivas em casa?

Os dias que hoje se vivem são tremendos. São dias de medo e de isolamento. São dias de abandono dos que há muito tempo estão sós. São dias de doença e de morte.

Apesar dos medos, os adultos não podem fechar as crianças. Será que não vêem que os dias delas são ainda mais longos. As crianças precisam de rua, abram-lhes um pouco as portas e deixam-nas, ao menos, correr nos jardins.

Todos sabemos esta verdade inquestionável: o confinamento é para cumprir. Mas confinamento não pode ser igual a encarceramento. Até parece que estou a pôr em causa as medidas de restrição face à pandemia, mas, como sabem, não é isso. Sempre concordei com o respeito pelas regras de saúde pública. Ainda assim, creio que o isolamento total das crianças não é uma solução aceitável.

Europeias 2019: elas são mesmo escassas em Portugal!

OS MENINOS

Andava a informar-me, sobre o rumo das campanhas partidárias, quando me lembrei de olhar a umas quantas listas de candidatos à eleição para o Parlamento Europeu. Vi uma, vi duas, vi três e, um pouco intrigada, pensei: Tenho de ver as listas todas. E vi. Então reparem no que eu encontrei.

 

 

 

No meio destes senhores todos há ali uma mulher? será possível que este partido não tenha um homem para cabeça-de-lista? para quê destoar?

Eu não quero saber se é homem ou mulher. Vou optar subjetivamente.

 

 

Meninos descalços em tempos de ditadura

OS MENINOS DESCALÇOS

 

Meninos
Imagem: DR (publicada no FB)

Ontem uma amiga publicou esta fotografia no Facebook. Com a devida vénia reproduzo-a aqui, porque me fez recordar uma conversa azeda de uma pessoa saudosa dos tempos que estes meninos viveram.

 

Enquanto tomava o pequeno almoço, no meu café do costume, uma senhora com alguma idade, que desconhece que Lei Fundamental do seu país não permite a difusão de ideias contrárias às liberdades, a falar para todos nós, a propósito de nada, só por lhe apetecer, disse: “Faz cá falta um ditador” … e por aí fora… foi-se esticando. Até que alguém lhe disse que ela não podia dizer o que estava a entoar. Tinha sido melhor que a segunda interveniente não lhe desse atenção, pois acabou por sentir-se maltratada. Ofendida. Deixou o pequeno almoço em cima do balcão e virou as costas.

Aquela mulher que só gosta de liberdade para si, não viu os pés descalços dos meninos da fotografia, e também não viu outros, igualmente necessitados, que não foram guardados em retratos. Ela só viu os pés calçados, supondo que estes eram os seus.

Convido-a, a ela, a olhar bem para esta fotografia e a imaginar-se de pés nus pisando o gelo dos invernos.

 

 

 

Onde estão os homens grandes? Os meninos fazem nacos de paredes

Os meninos escolhem e preparam a terra. Enfiam os pés descalços dentro da papa grossa.

 

Eles colocam a pasta de terra barrenta amassada com água dentro de formas e deixam secar. Depois levantam-as e lá ficam os adobes a secar mais uns dias. Os meninos carregam os nacos de parede lá para o espaço onde a casa será erguida.

 

Onde o calor aperta, montam casas mais frescas com peças feitas de terra.

Onde estão os homens grandes?

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