Eles falavam mal do meu país e a minha raiva crescia, crescia

Palavras que mordem

Sentados à mesa do café, dentro de um centro comercial, em Lisboa, Portugal, com três chávenas de café vazias na mesa, sem máscaras, três brasileiros, dois homens e uma mulher, recriavam-se a falar mal do meu país. Eu ouvia-os e a minha raiva crescia.

Um dos homens, o que estava virado para mim monopolizava a conversa. Ele falava sobre a corrupção cá existente, enquanto os outros anuiam. Eu tive tanta vontade de me levantar e de lhes dizer que colocassem as máscaras, saíssem e fossem para bem longe, de preferência para fora do meu país. Não o fiz e estou mesmo arrependida.

Terminei o meu café, coloquei a máscara e ainda ouvi mais um pouco. Então percebi que eles estão cá porque, como dizia o speaker de serviço “a saúde e a segurança social são boas em Portugal”. Só faltou dizer, eu pelo menos não ouvi, que têm médico de família, coisa que não acontece comigo. E também não explicou como sabe que a Segurança Social é boa, possivelmente aproveita para receber uns subsídios sociais. 

O cretino falador acabou por dizer que isto aqui também era bom porque Espanha está logo ali e um pouco mais à frente está França, acrescentando que um dia destes foi de manhã em viagem a uma cidade italiana e ainda tinha voltado a tempo do jantar.

O meu país tem muitos defeitos. É verdade que a corrupção parece grassar como uma doença contagiosa, mas, que me desculpem os brasileiros amigos de Portugal, digam-me lá se o país daqueles homens e daquela mulher é o berço mundial dos santinhos e das pessoas honestas. Reparem que eu se estivesse acolhida no Brasil, nem isto diria. Porque vêm, então, para cá falar mal do meu país na minha cara? Ele é para mim como a minha família. Eu até posso não gostar de algumas atitudes, mas isso é comigo. Não venham pessoas de fora falar mal seja de quem for, porque eu isso não admito.

Imagem: Desobrigado

Ajundando a manter a fé nos portugueses

ENSINAMENTOS

O Natal está mesmo a bater à porta, mas eu vou dizer-lhe que tenho muita pena de este ano não o receber cá em casa. Peço-lhe que apareça lá para dezembro de 2021, se o SarsCov2 tiver sido derrotado. 

O vírus até parece saber que as empresas farmacêuticas estão a ser ágeis na criação das vacinas e que rapidamente as autoridades competentes estão a aprovar os medicamentos. Enquanto isso acontece, ele está a mutar-se e a capacitar-se para contagiar mais rapidamente. O Reino Unido já identificou uma mutação 70% mais contagiosa. Muitos outros países já estão a dificultar a entrada de cidadãos de lá regressados, mas, alguns deles, já admitiram que a alteração pode já circular entre as suas populações.

Portugal, como não podia deixar de ser, só deixa entrar portugueses ou cidadãos britânicos cá residentes e se tiverem testes de despistagem da Covid-19 negativos. No entanto, quem está em Portugal, neste Natal, pode deslocar-se por todo o país. As autoridades só apelam à boa consciência das pessoas. As restrições retornarão na passagem de ano.

Os governantes não querem obrigar os portugueses a afastarem-se uns dos outros no Natal. Eu não concordo. É verdade que todos parecemos ser especialistas em saúde pública. Eu também já vou sabendo mais um pouco sobre este novo Coronavírus e quando ouço os cientistas estou sempre muito atenta. Foi assim que ouvi, um dia destes, Henrique Oliveira, matemático e professor no Instituto Superior Técnico, dizer (na SIC notícias) que, se festejarmos o Natal, como as autoridades políticas permitem, vamos ter mais de 800 a 1500 mortos (além daqueles que aconteceriam se não houvesse medidas menos restritivas) tendo acrescentado que as projeções que tem feito, sobre a pandemia, têm estado sempre certas. Ouvindo isto, podíamos meter o travão ou até a marcha atrás, mas não, vamos arriscar, tendo fé de que as pessoas, não estando proibidas, cumprirão todas as regras de segurança que lhes são aconselhadas. 

O Natal está mesmo a bater à porta, mas eu vou dizer-lhe que tenho muita pena de este ano não o receber cá em casa. Peço-lhe que apareça lá para dezembro de 2021, se o SarsCov2 tiver sido derrotado. Eu costumo celebrá-lo com, pelo menos, mais vinte pessoas, este ano vou fazer de conta que estou feliz.

União Europeia multe-nos! Importamos lixo para a porta dos portugueses!

ERRÂNCIAS

A União Europeia (EU) moveu uma ação, a Portugal, no Tribunal de Justiça, porque não foram reduzidos os impostos sobre os carros velhos importados dos outros Estados-Membros. Ao mesmo tempo, ameaça com multas porque não são cumpridas as leis da EU sobre a qualidade do ar.

As duas ações não serão contraditórias? Ora veja-se, se se importam carros velhos (os impostos baixos são incentivos às importações), mais carros poluentes circularão nas estradas portuguesas e menor será a qualidade do ar. Não é verdade?

Sabe-se que aplicar impostos sem redução sobre os carros usados importados é incompatível com os Tratados da EU (os internos são mais baixos). Mas porque não se ajustam os Tratados? Só as leis fundamentais dos países podem sofrer alterações? Precisamos ou não de prevenir que o clima se altere drasticamente?

Já agora, apelo à UE que aplique mais uma multa ao país e a quem importa lixo e depois o deposita aos pés da população portuguesa. Possivelmente tem de legislar, mas faça-o se faz favor. Os portugueses têm direito a viver livres do lixo dos outros países.

Portugal levou 3000 livros de autores portugueses à Feira de Guadalajara

INCAUTOS

Está a decorrer a Feira do Livro de Guadalajara, no México. Portugal é o país convidado neste certame  internacional, que abriu no passado sábado e fecha no próximo domingo.

 Apetece-me dizer, desde já, que o país tem 129,2 milhões de habitantes (dados de 2017), a cidade de Guadalajara 1,495 milhões (dados de 2010), e que Portugal, na livraria do seu pavilhão, colocou 3000 livros de escritores portugueses.

Daqueles já venderam 1500. De alguns autores já não há livros. Agora dizem os responsáveis portugueses que vão esgotar e que não têm possibilidade de repor os stoks. Perceberam, agora, que aquilo são “massas de gente”.

Não conseguem repor os stoks? Claro que não conseguem. Quando organizaram a ida à Feira, com Portugal na moda e país convidado, devem ter pensado: “levamos 3000 livros de autores portugueses. Serão poucos? Não são, mas se forem, damos aqui um saltinho num instante”. O México é logo ali.

Nota: já pensaram na Mala Diplomática? Claro que não.

De Portugal ao México e do México a Portugal
Imagem: Wikipédia

Os portugueses estão a ficar lindos

A Seleção portuguesa de futebol estava a regressar sem título, mas muitas pessoas foram recebê-la. Os portugueses estão a ficar diferenciados.

Os portugueses estão a ficar lindos. A Seleção regressou antes de tempo, mas muitos foram saudá-la

mundial chegada 1 - lusa

Imagem: António Pedro Santos – Lusa (outra vez o Pepe)

 

Ontem uns festivaleiros foram elegantes. Fizeram mais uma festa.

mundial chegada 2 - lusa

Imagem: Miguel A. Lopes – Lusa

 

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