No último texto que publiquei refleti sobre a evolução lenta, mas positiva, da escolaridade superior em Portugal. Hoje volto a essas estatísticas. Mas refiro-me àquilo a que se pode designar como o reverso daquela medalha.
Sim, trata-se da informação mais negativa das estatísticas da escolaridade em Portugal. Esta prende-se com o número, ainda muito elevado, de pessoas sem qualquer nível de escolaridade, nos anos de 1998 a 2016.
Quando se analisa o gráfico, que abaixo publico, verifica-se que a percentagem das pessoas, sem nível de escolaridade, tem vindo a descer. Em 1998 situava-se em 19,1%.
Aquela percentagem, efetivamente, desceu até 2011, ano em que aconteceu uma subida de 0,3%. Dos anos de 2012 a 2016 o valor continuou a descer.
Apesar de ter baixado, veja-se que em cada 100 pessoas, em 2016, oito não possuíam nível de escolaridade.
Olhemos, ainda, mais para os números. A população residente em Portugal, em 2016, era de 10.325.452 de pessoas. Sendo que 8.873.827 tinha 15 e mais anos e, neste grande grupo etário, 701.032 não possuía nível de escolaridade. É um número muito elevado e muito penalizante.
Não podemos considerar estas umas boas estatísticas.
Fonte dos dados estatísticos: Pordata. Imagem: Desobrigado.
Nota: devemos ter em conta que não possuir nível de escolaridade não significa ser analfabeto. O analfabetismo é tratado nos censos à população. O último teve lugar em 2011 e, lá, essa informação indica a existência de 499.936 pessoas que não sabiam ler nem escrever.
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