Jacline Mouraut, uma das dirigentes do movimento francês, coletes amarelos, vai criar um partido político, a que já deu o nome de Os Emergentes.
Não gosto do som desta palavra. Mas emergentes são aqueles que aparecem, que se posicionam numa vida melhor. Não tem nada de extraordinário e Jacline não me pediu opinião. Parece nem querer saber o que pensam os seus futuros camaradas. Ela diz que avançou com um nome que, mais tarde, teria de ser votado. Assim, não se mostra grande adepta de democracia.
Mas, para já, temos de aguardar para ver as reações daqueles que esfregavam as mãos de contentes com o alastrar do movimento dos coletes, com o caos e a violência que assumiu, com os lucros que dele podiam arrecadar. Estão, presumivelmente, desapontados. Já devem estar arrependidos do apoio que lhe dispensaram e dos sapatos que gastaram quando, solidários, as ruas calcorrearam.
A criadora de Os Emergentes é francesa, da Bretanha. Ela é aquela senhora que, no passado mês de outubro, colocou um vídeo na Internet que se tornou viral, denunciando “a caça aos automobilistas” e, depois, em dezembro, recebeu ameaças de morte por propor que fosse dada uma saída ao governo. Agora parece querer enquadrar os descontentes.
Jacline Mouraud diz que o seu futuro partido será “um partido do bom senso”, “sem etiqueta”, com “ideias novas e construtivas para o país, em harmonia com as questões das alterações climáticas” e que “acabe com o culto da sociedade de consumo” (citações efetuadas pela Lusa).
Não condiz com o nome que ela escolheu. Não tarda, os franceses optam.
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