CRÓNICAS
Se vai na rua, se chove, se leva o chapéu aberto, se dobra uma esquina e gosta de fazer curvas apertadas, então é melhor colocar o telemóvel no bolso e adiar a chamada.
Não concorda? Então veja este caso real. Uma mulher estava a trabalhar e saiu um pouco para esticar as pernas, endireitar as costas, tomar um café e comprar alguma coisa para o almoço.
O comércio é um pouco longe. Chove. Ela abre o chapéu, tira o telemóvel do bolso, procura na lista e pressiona um nome. Vai a caminhar, a falar e a ouvir o seu interlocutor. Está quase a chegar à loja. Dobra a última esquina e, em sentido inverso, aparece um homem. Os dois caminham rápido. Vão ao encontro um do outro e chocam violentamente. O passeio está escorregadio e ela cai. O telemóvel salta-lhe da mão com tanta velocidade que se escaqueira atirando peças para longe, algumas delas ficam dentro de uma poça de água barrenta.
O acidente deixou-lhe umas negras nas mãos e levou-lhe o telemóvel. Impossível saber-se quem é o culpado. O colega de embate teve muita pena, não dela, mas do telemóvel.

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