Ilhas Pitcairn – a casa dos amotinados do Bounty

Encantam-me os pequenos e desconhecidos países. Sempre que existe uma oportunidade aproveito para saber, um pouco mais, para além da informação que despertou a minha curiosidade. Hoje é a vez das Ilhas Pitcairn.

Já aqui escrevi sobre territórios ultramarinos britânicos. As Ilhas Pitcairn são um desses territórios. Parece-me bem interessante obter outras informações sobre este agrupamento de ilhas.

As Ilhas Pitcairn situam-se no Pacífico Sul. Distam cerca de 4500 km da Nova Zelândia. As principais ilhas são Pitcairn (a única habitada), tem formação vulcânica e fontes de água doce, Henderson (património da UNESCO) é pouco acidentada e formada por corais, Ducie tem corais e muitas aves marinhas, Oeno tem recifes de corais à sua volta.

As Ilhas Pitcairn constam da tabela de países que integram a Norma ISO 3166 e são a entidade com o menor número de habitantes. São um território administrado por um governador nomeado pela rainha de Inglaterra. A população ronda os 50 habitantes. A sua área é de 47km2 e a sua Zona Económica Exclusiva é de cerca de 830 000 km2.  A capital é Adamstown. As línguas oficiais são o inglês e pitcairnês.

Há ainda muitas outras informações interessantes sobre as Ilhas Pitcairn.

Quem quiser ficar na Ilha tem de pedir uma licença ao governador. Devido à falta de transportes os visitantes podem ter de ficar semanas ou meses.

O transporte para as ilhas é o barco. Não há qualquer pista de aviação. Só uma das ilhas a podia acolher, mas é aquela que é património da UNESCO e não é permitida a construção. O aeroporto mais próximo situa-se a 530 km, nas Ilhas Gambier (em Mangaea). Mesmo os navios não têm porto seguro para ancorar, ficam ao largo e as pessoas são transportadas em pequenos botes até ao porto.

O clima é tropical húmido. As temperaturas médias rondam os 16º C no inverno e os 30º C no verão. Chove moderadamente e os tufões, de vez em quando, passam por lá.

As pedras destas ilhas conservam escritos que indicam por lá terem passado outros povos. Também por lá passaram exploradores, de entre eles também portugueses.

Tudo indica que as ilhas se mantiveram desabitadas até ao ano de 1790, quando os tripulantes, do agora famoso navio Bounty, se amotinaram e aportaram às ilhas onde afundaram o navio e por lá permaneceram, conjuntamente com naturais de outras ilhas que a eles se tinham juntado. A revolta deu argumento para um filme de sucesso em 1935, realizado por Frank Lloyd, que ganhou o óscar para o melhor filme (outras versões se seguiram, embora com menos sucesso).

Aquelas pessoas mantiveram-se desaparecidas durante muitos anos (as cartas marítimas não referenciavam estas ilhas), mas foram novamente descobertas pelos britânicos que as lá deixaram permanecer. As Ilhas tornaram-se britânicas em 1838.

Outras curiosidades. A alimentação baseia-se nos produtos das ilhas. Não há alojamento de hoteleiros, os visitantes conseguem onde ficar, mas devem tratar previamente à viagem. Existem alguns serviços médicos básicos, mas os doentes urgentes podem ter de esperar dias por socorro. A igreja é muito influente, não são bem vistos os costumes de fumar em público, dançar e outras coisas banais. Os telefones não abundam, mas há Internet por satélite para a prevenção sísmica, as pessoas têm este serviço grátis. Existe um serviço de correios, mas as cartas podem demorar meses a chegar ao destino.

Em 2015 foi noticiado que o Reino Unido ia criar uma zona marítima protegida em redor das Ilhas Pitcairn, que abrangeria 833000 km2. O orçamento tinha sido aprovado. Mas não há mais noticias. Em 2017 parece ainda não ter acontecido.

Apesar dos poucos meios de transporte e dos fracos serviços de saúde, não me digam que não querem lá ir?

pitcairn-postcard-map

Foto: Googlemap (localização geográfica das Ilhas Pitcairn).

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