O país de aproximadamente cinco milhões de habitantes possui 26 milhões de ovelhas e 10 milhões de vacas. A cada milhão de pessoas correspondem 7,2 milhões de vacas e de ovelhas. Estes animais são ruminantes e expulsam, durante a digestão, através de arrotos e flatulência gases com efeito de estufa, que contribuem para o aquecimento global.
Interesso-me por países ou territórios pouco noticiados ou mesmo desconhecidos. Quando um livro que estou a ler, uma nota de rodapé de uma notícia ou mesmo uma letra de uma canção me sugerem um sítio ignorado, fico como que em alerta e não demoro a procurar saber onde se situa, quais são os países seus vizinhos, como é a sua gente, como vivem essas pessoas, como é a sua cultura, em suma, quero saber tudo. Podia ter acontecido assim com a Nova Zelândia, mas não foi o caso. Este país é há muito tempo meu conhecido, embora ainda não tenha lá chegado e bem gostasse de o fazer. Surge, de vez em quando, nos grandes noticiários, por vezes por tristes razões. Agora foi notícia da Lusa por um assunto que me pareceu um tanto louco. Claro que já sabia que o gado ruminante contribuía fortemente para o aquecimento global. O que me pareceu despropositado foi a Nova Zelândia se propor cobrar um imposto aos agricultores por causa da flatulência e dos arrotos dos seus animais ruminantes.
A notícia levou-me a querer saber mais deste país. Pois estranhei que em vez de reduzir o número de animais a opção fosse a de cobrar mais impostos aos agricultores donos de vacas e de ovelhas que, assim, terão de abrir um pouco mais os cordões às bolsas a favor do Estado neozelandês e eles têm mostrado nas ruas o seu descontentamento.
Lida a notícia surgiu-me logo a pergunta: então desde que paguem mais impostos o gás emitido pelos animais deixa de ser prejudicial ao Planeta? Não parece ser verdade. Se não tem qualquer efeito na redução das emissões de gases com efeito de estufa talvez o erário público do país esteja em dificuldades. Então testei mais esta hipótese. Procurei saber como está classificado o país em termos de desenvolvimento humano, que creio ser um bom indicador para saber a situação económica do país. Então vejam, o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,937 (muito alto – o máximo é 1). Para que possamos perceber o que representa este este valor comparemos com o IDH de Portugal, onde todos sabemos como vivemos. Este é de 0,866 (mesmo assim, também muito alto)(*).
Vendo bem, depois de saber um pouco mais sobre a Nova Zelândia sou levada a pensar que o país necessita mesmo ver reduzido o número dos seus animais ruminantes, pois quer alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Então porque não foi diretamente ao assunto? porque não institui um número de cabeças de gado adequado. Será mais fácil se os agricultores tomarem essa iniciativa?
Já agora deixo aqui mais algumas informações sobre a Nova Zelândia: o país situa-se no Oceano Pacífico (Oceania); a capital é Wellington; é uma monarquia constitucional unitária (Rei, Governadora-geral e primeira-Ministra); tornou-se independente do Reino Unido em 26 de setembro de 1907; a população é de 4 908 420 habitantes (estimativa de 2018); a taxa de alfabetização dos adultos é de 99,9%; as línguas oficiais são o inglês, o maori e a língua de sinais neozelandesa; a moeda oficial é o Dólar neozelandês.


(*)O IDH do país é muito elevado (numa lista de 191 países que são analisados neste Índice está em 13.º lugar e Portugal está em 38º. A revisão do índice foi divulgada em 8 de setembro de 2022, com dados referentes ao ano de 2021, da responsabilidade do PNUD – O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Parece-me interessante indicar também que a taxa de alfabetização na Nova Zelândia é de 99,9% e a de Portugal é de 89,7% (censos de 2011 – Pordata).