São Martinho dos Tigres, província do Namibe, sul de Angola

O MUNDO

 

Encontrei, por acaso,  a Baía dos Tigres e a aldeia de São Martinho. Não as procurava. Não se procura o que não existe. 

Não existiam para mim. Agora sei que a Lusa publicou uma reportagem sobre este lugar magnífico, apesar de fantasmagórico, mas passou-me desapercebida. Submergiu-a a informação diária.

Quando testava a veracidade de uma informação deparei-me com um tema deveras interessante e com imagens de edifícios espetaculares, no meio de um deserto, meio engolidos pela areia. Fiquei presa àquele sítio surpreendente. Tudo nele é incrível.

Então fui saber mais um pouco. Li tudo o que encontrei sobre a Baía dos Tigres, onde se situa São Martinho, na província do Namibe, no sul de Angola. Uma aldeia de pescadores algarvios que para lá remaram no século XIX e lá ficaram até 1975,

Hoje a Baía dos Tigres está transformada em ilha. Isto acontece alternadamente. Ora é ilha ora é baía. A natureza encarrega-se desta alternância.

Hoje, são Martinho dos Tigres, não tem habitantes. As casas estão entregues às areias. Tem um administrador, com 100 km2 sob a sua guarda à distância. Não existem condições para exercer lá as suas funções. Não há água doce, nem meios de transportes que lhe levem os bens essenciais.

A conduta de água doce foi destruída. A Baía dos Tigres passou a ser uma ilha. A aldeia é  um fantasma, que aguarda a concretização de projetos turísticos, sempre abandonados. Chegam lá alguns visitantes nos seus jipes todo-o-terreno.

Chamaram-lhe Baía dos Tigres, não se sabe porquê. Tais animais nunca lá existiram. Contam-se lendas. A que mais me encanta diz que o nome deriva do som das ventanias no mar e no areal, assemelhando-se ao ronronar forte dos tigres.

 

 

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