APERTOS E ABRAÇOS
Enquanto se desenrola a bobina do folhetim de umas armas roubadas e aparecidas em Tancos, sem sabermos onde começa a luta política e se inicia a justiça, leio A Revolução das Plantas (editora Pergaminho) de Stefano Mancuso. Espero que o mistério se desadense e penso: às vezes há quem pense que se benze e parte o nariz.
Adoro plantas e, agora, pressinto que algumas sabem disso. O autor conta-me sobre estudos seus e de outros cientistas, que me estão a deixar deveras impressionada.
São as plantas que se mimetizam. As plantas que enganam insetos. As plantas que trocam as voltas aos homens. As plantas que fecham as folhas quando caem de alguns centímetros de altura e que, depois, se habituam à queda e deixam de se fechar. As plantas que sacodem as sementes para longe porque não querem concorrência. As plantas que alimentam o mundo de calorias. As plantas que servem de modelos para a robótica. São as plantas. São as plantas. São as plantas.
Começo a olhar estes seres na esperança de ver algo que me tenha escapado. Até já vi uma duna abraçada por um pinheiro, que foi atirado contra as areias pelas chuvas e ventanias do Atlântico e sobreviveu. Está enraizado de um dos lados e cresce, cresce esticado pelo chão.
Há dias que passo ali ao lado, mas hoje vi-o e assisti a um novo capítulo do folhetim. Vou continuar a ler A Revolução das Plantas e fico a ganhar, tenho a certeza.
Deixe uma Resposta