AS PESSOAS…
Podia ter ajudado? Não, não podia. Nós gostamos um pouquinho de choro e condoemo-nos muito com o sofrimento alheio, mas não fazemos cruzes em boletins de voto porque houve uma desgraça.
Aconteceu-me não gostar de ver. Ficar mesmo incomodada. Sentir que houve desumanidade dos serviços de saúde, do partido político que o tinha como cabeça-de-lista, da família, dos amigos ou de todos. Ele sofreu um acidente, grave, de automóvel. Era conduzido pelo líder do partido que foi primeiro-ministro e, por isso, este, recebeu tratamento condicente.
Ele é Paulo Sande, cabeça-de-lista, do partido Aliança. Foi hospitalizado e teve alta no mesmo dia. Saiu com a mesma camisa branca ensanguentada com que entrou. Não houve quem lhe emprestasse uma camisa lavada. Os holofotes estavam sobre ele. O líder do partido, esse, saiu sorrateiramenteno dia seguinte.
Ontem, quando vi Paulo Sande, na noite da derrota, senti um estremecimento. Relembrei a sua imagem à saída do hospital, em Coimbra.
Ainda pensei que fosse eleito, mas não. Não tem cadeira na Europa.
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