Olhando um placard que ainda exibe um Rio eufórico, lembrei de uma história que ouvi contar há muitos anos.
Aquele partido político que contavam ganhar as eleições do passado domingo, deixou que os seus filiados enchessem autocarros e “desaguassem” nas grandes cidades, criando a ilusão que com tanta gente ia ganhar. Tamanhas enchentes tinham forçosamente de influenciar o sentido do voto a seu favor. Mas os eleitores já desmontam melhor os truques.
A acrescentar às enchentes, o líder gritava que o seu rival direto estava cansado. Que já lhe tinha entregado os pontos. Que já tinha perdido. Que era mentiroso. Que, ao menos, podia perder com dignidade. Chegou a acreditar que a ilusão era real.
Hoje, olhando para um grande placard que ainda exibe um Rio eufórico, lembrei de uma história que aconteceu em Garvão, no Alentejo, há talvez uns oitenta anos.
Uma moradora da aldeia, que devia estar farta da pasmaceira do dia-a-dia, saiu de casa e pôs-se a gritar: “Caiu um avião na Sardoa, caiu um avião na Sardoa”, (um local afastado do centro). Ouvindo aquela gritaria as outras pessoas saíram de casa e correram para o local do suposto desastre. O centro da aldeia estava quase deserto, toda a gente caminhava na direção indicada. Até que ela, a mulher que se queria divertir um pouco, falou de si para si dizendo: “Não querem ver que caiu mesmo um avião na Sardoa! Vou ver”.

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