ENSINAMENTOS
A água rumoreja, os pampilhos amarelejam o campo, as magarças branqueiam as orlas das veredas, as papoilas ponteiam a vermelho a imensidão de cores dispensando os trigais, a floresta ao lado da cidade adensa-se, os pássaros esvoaçam e empoleiram-se no cimo dos galhos e cantarolam. Mas, e as pessoas meus amigos? Não acredito que estejam a rir de nós. Não vos basta este interregno nas maldades que vos temos feito?
Os automóveis não correm. Os barcos estão ancorados. Os aviões não troam nos céus. A pressão sobre o Planeta baixou. Mas não é necessária tanta exuberância. Eu sei que estão no vosso direito, pois então estiquem-se agora. Chilreiem à vontade. Verdejem e floresçam. Nós até prometemos mudar um pouco do que é nefasto nas nossas vidas.
Então, por favor, mostrem compaixão. Nós estamos a morrer. Nós estamos doentes. Nós estamos sozinhos confinados entre quatro paredes. Nós não podemos estar juntos. Nós não damos beijinhos e abraços.
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