Os portugueses parecem alheadas de uma doença que está a matar pessoas às centenas todos os dias. Como tanto mudou na perceção do perigo. Há menos de um ano, quando ocorriam duas os três mortes soavam todos os alarmes. Que mais terá de ser feito para que as regras sejam respeitadas.
Mais 150 mortos, mais 150 mortos, mais 150 mortos, mais 150 mortos, mais 150 mortos por Covid-19. O som destes números diários devia matraquear as consciências, tanto daqueles que infringem as regras como daqueles que as estabelecem.
O Primeiro-Ministro foi anunciando, aos poucos, que íamos entrar em confinamento (ia ouvir os partidos políticos, ia ouvir os cientistas e mais isto e mais aquilo…) e ontem decretou maior limitação à liberdade de movimentos das pessoas. Neste intervalo de tempo quantas pessoas mais terão sido infetadas pelo SarsCov2? Muitas já terão testado positivo. Enquanto isso, quantas assintomáticas terão andado por aí a espalhar o vírus. Senhor Primeiro-Ministro, senhor Presidente da República, senhores líderes partidários, estou furiosa com todos, já que todos concordaram em aligeirar as medidas restritivas na quadra natalícia.
O Primeiro-Ministro, na comunicação de ontem, mostrou-se agastado com a indiferença que reina entre os portugueses em relação às mortes que têm ocorrido em Portugal. Neste campo, estamos de acordo, perdem-se 150 vidas todos os dias, quando, muitas delas, podiam e deviam ser poupadas. Enquanto a Comunicação Social vai contribuindo para a banalização, noticiando com tamanha ligeireza que até parece que as pessoas já nem querem saber.
É verdade. Estou furiosa com os políticos portugueses e com as pessoas que não cumprem as regras sanitárias. Ainda estou mais irritada porque já se começa a noticiar, de “raspão”, como ouvi ontem a ministra da Saúde dizer, no seguimento da reunião com os seus pares da União Europeia, que as vacinas que deviam chegar até ao fim do primeiro trimestre estão atrasadas. Isto fez-me lembrar a compra dos ventiladores, com exigência de pré-pagamento e que foram entregues como todos nos recordamos.
Imagem: OMS
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