Amigos de longa data agora não obrigado. Vale mais nunca do que tarde

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A partir do próximo sábado, Portugal estará incluído no corredor verde do Reino Unido. A medida aplica-se a quem sair daquele país a partir do dia 22 de agosto. No regresso estão dispensados de fazer quarentena. Apetece-me dizer que vale mais nunca do que tarde, embora os políticos e os operadores turísticos de Portugal não estejam de acordo.

O corredor verde do Reino Unido está a perder muitos dos destinos isentos de quarentena no regresso a casa, pois o SarsCov2 continua a espalhar-se e a fazer os países ultrapassar a linha vermelha traçada pelo Reino Unido. Agora as autoridades britânicas aproveitam o alívio do número das infeções em Portugal e colocam o país no seu corredor. 

A partir do próximo sábado, quem vier cá já está dispensado de fazer quarentena no regresso.  Acontece que os números da pandemia, que crescem um pouco por toda a Europa, também aumentam por lá. Hoje foram noticiadas 1182 novas infeções, o maior número desde o dia 21 de junho. Em Portugal existem hoje 12940 infetados ativos(1)em 10,28 milhões de habitantes e 291 novos casos. 

Agora que o mês de agosto está a chegar ao fim, que o número dos infetados cresce entre os britânicos, que os prejuízos no turismo em Portugal já estão feitos, podia-se aproveitar e corrigir aquela imagem de que por cá só queremos saber dos números da economia, dizendo desculpem lá meus amigos de longa data mas, agora não, obrigado.

(1)Não parecem estar disponíveis estes números do Reino Unido. 66,6 milhões de habitantes.

União Europeia multe-nos! Importamos lixo para a porta dos portugueses!

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A União Europeia (EU) moveu uma ação, a Portugal, no Tribunal de Justiça, porque não foram reduzidos os impostos sobre os carros velhos importados dos outros Estados-Membros. Ao mesmo tempo, ameaça com multas porque não são cumpridas as leis da EU sobre a qualidade do ar.

As duas ações não serão contraditórias? Ora veja-se, se se importam carros velhos (os impostos baixos são incentivos às importações), mais carros poluentes circularão nas estradas portuguesas e menor será a qualidade do ar. Não é verdade?

Sabe-se que aplicar impostos sem redução sobre os carros usados importados é incompatível com os Tratados da EU (os internos são mais baixos). Mas porque não se ajustam os Tratados? Só as leis fundamentais dos países podem sofrer alterações? Precisamos ou não de prevenir que o clima se altere drasticamente?

Já agora, apelo à UE que aplique mais uma multa ao país e a quem importa lixo e depois o deposita aos pés da população portuguesa. Possivelmente tem de legislar, mas faça-o se faz favor. Os portugueses têm direito a viver livres do lixo dos outros países.

Margarida Ferro, gostava que me respondesse, gostou da homenagem?  (congresso do PSD)

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Esta tarde, por volta das 16,30, liguei a TV quando discursava, no congresso do PSD, Nuno Morais Sarmento, estava no ponto onde devia elogiar algumas mulheres. Da forma como iniciava esta parte do discurso julguei que ele se referia às mulheres que trabalham nos bastidores, às funcionárias do partido, que também merecem ser homenageadas.

No início pensei, bonito, parece ser a primeira vez que alguém num congresso partidário faz este agradecimento, mas rapidamente a surpresa agradável se transformou em constrangimento. Só quem viu pode compreender, mas vou tentar mostrar o que senti e porque aquele agradecimento se transformou, a meu ver, em algo confrangedor.

Ora vejam lá o que eu vi e ouvi. Dizia ele (estou a citar de cor): quero aqui homenagear as mulheres do partido, aquelas que estão lá sempre para nos apoiar. Também as muitas que já não estão e porque os rostos têm nomes, quero chamar aqui a Margarida Ferro. Então a Margarida levantou-se, o congresso aplaudiu, e ela dirigiu-se para a zona do púlpito e ali ficou dois passos atrás de Morais Sarmento. Quando eu esperava e, possivelmente, a Margarida também, que ele a chamasse para junto de si no palco, mas isso não aconteceu. Deixou-a ali parada àquela distância dele, julgo que nem para trás olhou. Continuou o discurso mudando de assunto e ela ali ficou perdida, recebeu algumas palmas mais e afastou-se.

Quero perguntar à Margarida Ferro se gostou daquela homenagem.

 

IVA à taxa de 6% na eletricidade? Não. IVA sobre taxas e impostos? Sim

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Pensavam que o valor da fatura da eletricidade ia descer? A esperança era legítima já que a maioria dos deputados da Assembleia da República (AR) parecia estar de acordo quanto a descida do IVA. Mas afinal da montanha nem um ratinho nasceu. Ficou tudo igual ao que estava. O valor a pagar vai continuar a incluir o IVA à taxa de 23%.

Então agora quero convidar os senhores deputados da AR a debruçarem-se novamente sobre as faturas de eletricidade. Claro que todos sabem como se forma o valor que pagamos mensalmente, mas creio que o cidadão comum terá alguma dificuldade em compreender todas as parcelas que compõem as faturas. O que acontece comigo é isso, tenho dificuldade em compreender os diversos itens da minha fatura mensal.

Ontem quando assistia ao debate ilusório na AR, onde quase todos os deputados pareciam estar com muita pena dos portugueses por causa do dinheiro que lhes é cobrado, tive um sobressalto que me levou a olhar para a minha última fatura (publico fotografias para olharem também). Muni-me de toda a paciência possível e lá fui decifrando o documento e constatando que o meu sobressalto tinha razão de ser. Os impostos e as taxas também incluem IVA.

Nos quadros que descrevem as taxas e os impostos consta o seguinte: TOS (Sintra, o meu caso), IVA a 23%; Variável (completamente indefinido), IVA a 23%; IECGNC, IVA a 23%; Audiovisual, IVA a 6%; DGEG, IVA a 23%; IEC, IVA a 23%.

Então vejam esta maravilha, na minha fatura do mês de janeiro de 2020 constam os seguintes dados: 29,91€ de eletricidade; 17,26€ de gás natural; 18,53€ de taxas e impostos e o valor total a pagar de 65,70€.

Estão a ver as parcelas da minha conta? Se aplicarmos os 23% ao valor da eletricidade e do gás dá um montante de 10,85€ de IVA. Os restantes 7,68€ referem-se a taxas e a outros impostos e a IVA sobre estas taxas e sobre estes impostos. Confuso? É verdade. Olhem para as vossas faturas cuidadosamente e vejam o que lá encontram.

Já agora, alguém reparou que a taxa de IVA sobre o gás natural também é de 23%?

 

As capas são as montras das palavras

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As capas abrem ou fecham caminhos. São as montras das palavras. Tantas vezes entro nas casas dos livros que tenho cimentada a convicção de que as capas e também os títulos são como os rostos das pessoas, criam uma primeira impressão difícil de alterar. É verdade sou permeável às primeiras sensações.

Mas, não sou de ficar pelo que as montras me mostram. Costumo observar, entrar, folhear, ler um trecho e, depois, colocar o livro no sítio onde o encontrei ou debaixo do braço. As capas incitam-me ou afastam-me dos conteúdos e os títulos são igualmente importantes. A oferta é vasta e eu adoro a diversidade. Se não conheço o autor, se não gosto do título, se a capa não é apelativa, se o resumo mostra debilidade, passo mesmo à frente, salvo se é o dia de novos criadores se me apresentarem.

Ah! E então se me oferecem um livro tenho de ultrapassar os meus balizamentos. Quando o título me parece pobre e a capa é uma montra pouco atrativa, mesmo assim, o interior é para ser visto, para ser vivido.

Aconteceu assim com um dos meus últimos presentes. Demorei algum tempo a entrar. Primeiro observei a montra, li o que devia ser o último incentivo: o título e o texto sobre a autora. Na capa, observei uns edifícios esbatidos, uma pessoa diluída, umas flores arroxeadas, umas cores ocre e a descrição: O Feitiço de Marraquexe, de Rosanna Ley (Porto Editora). Não aconteceu aquele impulso, mas lá fui eu.

Agora, cheguei às últimas páginas e estou mesmo a gostar. A escrita é apelativa. O enredo é ótimo. Os intervenientes na história são apresentados de forma bem interessante. Mas sempre vos digo que, o meu título, para ficar pelo “feitiço”, seria: O Feitiço do Açafrão e, como é natural, a capa tinha de destacar os campos onde as plantas proliferam.

Quem constrói as montras devia saber o que há dentro das lojas!

A senhora não quer ser “cromada”

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Sentava-se à mesa do café, mesmo ali à minha frente. Falava com duas amigas. A senhora tinha uma voz bem colocada. A dado passo, as amigas começaram a falar de morte, de campas, de cemitérios. Não ouvi todas as palavras que disseram. Nem sei se o português das outras duas era mais assertivo. Mas a mais faladora, aquela que monopolizava a conversa, a certa altura disse: “O meu marido e a minha filha querem ser cromados”. Continuou a conversa mórbida para depois concluir: “Eu não quero ser cromada”.

Ela não quer ser cremada. Não quer ser reduzida a cinzas. Gostava de vos mostrar a senhora que assim falava. Muito bem vestida. Muito bem penteada. Tirei o som ao  telemóvel e fotografei-as. Não posso usar a fotografia. Melhor, vou publicá-la com uns filtros. Só para dar uma ideia da senhora que não quer ser cromada.

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Imagem: Desobrigado (é a senhora de óculos e blusa azul)

 

Marega ou Maregá?

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A RDP talvez devesse ir buscar o livro de estilo ao arquivo.

Ontem, em viagem, o trânsito intenso convidou-me a ouvir rádio. Carreguei o botão da RDP, Antena Um. Relatavam o jogo do Sport Lisboa e Benfica com o Futebol Clube do Porto.

Duas vozes ao serviço da transmissão do jogo, quando se referiam a um jogador do Porto, Moussa Marega, cada uma delas pronunciava o nome de forma diferente. Uma dizia o Maregá conduz a bola e a outra comentava o Marega fintou muito bem o adversário.

O Jogador é originário de um país de língua francesa, o Mali, mas joga em Portugal. Se existe, seguem o livro de estilo da Antena Um? E as aulas de pedagogia da EUFA, sobre a pronúncia dos nomes dos jogadores, conhecem? Ou não lhes fazem falta?

 

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